domingo, 18 de março de 2012

PRIMAVERA




PRIMAVERA



Fui ontem ao Alentejo
encontrei-me com a Primavera
com um vestido de chita às flores
brancas, verdes e amarelas

Encontrei-a mais bonita
parece que rejuvenesceu
com as faces da cor das papoilas
e os olhos da cor do céu

Demos as mãos e fomos juntas
passeando pelo campo
deitámo-nos num lençol de margaridas
rimos, e conversámos tanto

Contou-me que está apaixonada
pelo prado, tão verdinho
e volta e meia como quem não quer a coisa
dão abraços e beijinhos

Apercebemo-nos as duas
a sorte que cada uma tinha
ela com o prado verde
e eu... com o meu Patinha

Pois para terminar meus amigos
um conselho lhes vou dar
aproveitem este tempo lindo
e vão ao Alentejo passear.

                               Domingas




Um dia no campo

Era uma vez um menino que se chamava Miguel. Era lindo e gostava muito de brincar.

Um dia pediu ao pai e à mãe que o deixassem ir brincar para o campo queria ver os animais.  

Para o campo Miguel? Mas não podes ir sozinho… disse-lhe a mãe.

 Eu sei, o João Maria, a Beatriz e a Alice também podiam ir.

Bem pensado…--disse o pai.

Mas para onde é que vocês iriam?

Vamos ao monte da prima Estevens, era tão divertido...

Está bem, vamos combinar isso.

E assim, lá foram todos no carro do pai Flávio, até ao monte da prima.

 O Rui prontificou-se logo a levá-los a ver os javalis e os muflões, e eles muito muito valentes, não tinham medo de nada.

 É certo que levavam com eles os amiguinhos cães Campinho e Ross, que o Miguel conhecia muito bem, e gostavam muito dele.

Quando um javali se aproximou o Miguel apanhou a mão do pai com força e o João Maria disse: não tenhas medo Miguel, ele não nos vai fazer mal.


Mas a Alice olhou para a Beatriz e perguntou:

Tu não tens medo? Eu estou cheia de medo…

Calma, disse a Beatriz, está aqui o Rui e o Flavio e também os cães, não nos vai acontecer nada.

Depois foram até ao rio, brincaram na água apanharam uma rã e um cágado, meteram-nos num balde e trouxeram para o monte.

Quando chegaram já a prima Estevens, a avó Maria e a mãe Lena, tinham o lanche feito.

Eles vinham famintos, beberam leite com fatias douradas com ovos das galinhas da prima.

Era tudo tão bom e eles estavam tão contentes…. Mãe, podemos repetir este dia, outra vez? Perguntou o Miguel.

 Claro, filho, vamos vir mais vezes e para a proxima fazemos um piquenique na ribeira e trazemos a avó Mané e a vóvó.

Os miudos ficaram felizes e o Miguel que era o mais pequeno batia palmas.

 Assim acabou o passeio ao campo.

Mas qualquer dia vão fazer um até á praia, eu prometo.

                        

                           Madrinha Domingas




O SONHO da CAROLINA


           

A Carolina vive no Outeiro de Polima e é uma menina muito linda.

Um dia, estava ela a dormir,quando a mãe entrou no quarto e a acordou: vá lá Carolina, toca a levantar, já são horas!

A Carolina abriu os olhos, sorriu e disse: mas hoje não é domingo? Eu não tenho escola, quero dormir mais um pouco.....

Vá lá, querida, ainda chegas atrasada ao aeroporto....

A pequena deu um salto---Ó mãe disseste aeroporto? vamos viajar? porque é que ninguém me disse nada? para onde é que vamos?

Calma, Carolina,vai ser uma surpresa, disse--lhe a mãe.

Rápidamente, a miuda, vestiu uns calções brancos, uma camisola cor de rosa,calçou umas sandálias bonitas e olhou-se ao espelho:

acho que estou bem, falta um laçarote na cabeça.... e assim ficou encantadora.

Apareceu na cozinha já pronta. Vamos,pai, não quero chegar atrasada.......

Muito bem, vamos lá então.

Chegados ao aeroporto a Carolina ficou boquiaberta: Pai, mãe, olhem quem está ali!!!!

As primas Catarina, Raquel, Matilde,Inês e Teresa olhavam para ela a rir.

Anda, Carolina,vamos depressa que o avião está quase a partir.

A Carolina olhou para os pais e perguntou: vocês não vêm?

Não, a surpresa era essa, vão só as meninas---disse o pai.

Mas,pai, onde é que nós vamos?

Ao Pais da Fantasia, vai que vais gostar.

E lá partiram as seis miudas todas felizes.

A primeira surpresa foi o avião, era pequenino, só elas lá cabiam.

Riam muito e iam muito felizes.-----Ouviram a voz do piloto a anunciar:  -----Atenção, meninas, chegámos, vão desembarcar.

OH!OH! OH!---gritaram todas em conjunto!

Na sua frente tinham a mais linda aldeia que alguém possa imaginar.A rua por onde seguiam, tinha o nome de RUA do CHOCOLATE, e tudo nela era em chocolate.

A Inês e a Raquel,como eram as mais pequeninas,queriam comer uma janela, mas, a Teresa, que era a mais velha disse: primeiro temos que ver se aparece alguém e nos dá autorização!

Nesse momento apareceu na sua frente o GATO das BOTAS....

Olá meninas ,sejam bem vindas! Podem servir-se do que

quiserem! Entrem nas casas e lá há chocolates de todas as marcas.

Obrigada, senhor GATO, disse a Carolina, olhe lá, aqui não há pizzas?----

Não, pequena, aqui só há doces!

Comeram doces até as barriguinhas doerem!

De repente a Catarina disse: olhem para ali..... e em sentido contrário vinham a Capuchinho Vermelho, a Branca de Neve, o Polegarzinho,o Pinóquio , o Ruca e muitos mais.....

Todos cantavam e davam as boas vindas às meninas.

Fizeram uma roda e ensinaram cantigas uns aos outros. Do  outro lado da rua apareceu a Alice e o coelho e disseram :querem cantar os parabens ao GATO que faz hoje anos?

Simmmmm, gritaram todos---------

Carolina, acorda , está na hora de levantar, tens que ir para a escola.

OH, mãe, acordas-te-me , estava a ter um sonho tão bonito!!!!!!

                                                  Tia Domingas

O NOSSO RECREIO




A Matilde Patinha tinha uma gatinha, que um dia por um triz, não mordeu a Beatriz.

A Carolina que é uma querida, acudiu logo com a Margarida,  a  Luana e a Vera para verem o que aquilo era.

Afinal não é nada! Disseram em coro a  Bárbara, a Matilde Mira, o Zé Pedro e o Rodrigo. Foi só  o  susto!...

Entretanto, na rua o Pedro Rocha corria atrás da bola, caiu e partiu o nariz, quem o socorreu foram o Gonçalo e a Ana Beatriz.

Junto à casinha das bonecas o Pedro Pereira, o Daniel, a Madalena, o Ricardo e o Tomás foram jogar à apanhada, depressa se cansaram e aquilo não deu em nada.

A professora Rita bateu as palmas e a Finita gritou: meninos, vamos fazer uma roda, vamos dançar--- e era vê-los a sassaricar.

E já todos muito cansados, gritou o Martim: Parem chegámos ao fim!

                                      Avó Mingas



OS ANOS DA INÊS

A Inês fazia anos.---Estava muito feliz porque ía ter todos os amiguinhos da escolinha dela na sua festa.

Acordou cedo. Mamã já estão quase a chegar os meus amigos?....

Calma, Inês, ainda é muito cedo,eles só vêm depois do almoço.

– Então, minha fofinha, vem cá que eu quero dar-te os parabéns, já és uma menina crescida.

       Ai que bom, já estou quase do tamanho da mana.

Onde está o papá?

Está a dormir, vai acordá-lo.

–Aos saltinhos a Inês foi ter com o pai.

Acorda, papá, quero parabéns.–O pai abriu os olhos,(é verdade, a minha princesa faz anos hoje e está tão bonita. Parabéns, dá-me um beijinho.


–Tem de ser rápido,vou acordar a mana,ninguém pode dormir porque eu faço anos.

E lá foi ao quarto da Matilde acordá-la.

A irmã meio a dormir, disse: olha Inêzita, vem aqui para a cama com a mana e fica caladinha.

Calada, no dia dos meus anos? não, não... vou esperar os avós que estão quase achegar .

–Pouco depois chegou a avó Maria e o avô ,  João, e logo, logo a avó Mingas e o avô Patinha.

A Inês, batia palmas, a casa estava cheia e ela estava tão feliz.

– Foram todos almoçar no restaurante e não demoraram muito para preparar o lanche das crianças.

–Aos poucos os seus amiguinhos foram chegando, uns faziam jogos, outros estavam com a Matilde no computador e ainda outros a ver desenhos animados.

A Teresa que tinha chegado entretanto, também ajudava e brincava com os mais pequenos.

–Até que a avó Mingas disse: atenção, meninos, querem ouvir uma história? simmmmm,gritaram todos.

E a avó começou a contar uma daquelas histórias verdadeiras do tempo dela, com o cão, e que se passava no Aguazil junto à ribeira, onde tudo era verdinho e havia peixinhos para apanhar à mão.

–Estavam todos encantados com a história, até parecia que sentiam o barulho da água a correr e os passarinhos a cantar.

–Mas a mãe, veio anunciar: vamos  cantar os parabéns... querem?

E foram todos para a sala, cantar e comer as coisas boas que a  avó Maria tinha trazido de Moura e os scones que a avó Mingas fizera.

–Foi um dia grande e a Inês chegou ao fim cansada mas feliz..

FELIZ ANIVERSÁRIO PARA A INÊS.

Vamos festejar sempre os teus anos com alegria, está bem?

Avó  Mingas

CONHECES O TOMÁS?

O Tomás é um lindo menino que mora em Beja.
Tem uma mana chamada Maria Leonor. Ele gosta muito dela,mas como ainda é muito pequenina não podem brincar.
Há dias foi com o pai para a papelaria da avó Ana, e como há lá muitos brinquedos, ele adora ir. Naquele dia o Tomás viu uma caixa com animais dentro e pensou que era muito melhor tirá- los da caixa para poder brincar com eles. Assim fez, mas a avó não gostou e o pai ralhou com ele.
  O Tomás não percebia porque eles estávam aborrecidos e então o pai explicou que aqueles brinquedos não eram para tirar das caixas, porque era para vender a outros meninos que não tinham tantos brinquedos como o Tomás tinha.
Ele percebeu e nunca mais abriu caixas que não devia. Mas o que ele adora mesmo é ir à quinta do avô Romana.
Há lá tantos animais , ele gosta tanto de abrir a porta da capoeira das galinhas,e elas começam logo a fazer: có co ró có có---- e os pintainhos a dizer: piu-piu-piu----e os patos a cantar: quá quá quá.
É tão divertido.... a mãe diz que ele vem sempre muito sujo, mas as mães não percebem nada destas coisas divertidas.
 O avô Romana sim, esse é que percebe, ele na horta anda sempre com aquelas botas sujas e ninguém lhe diz nada...... O Tomás até já pensou: (quando eu for grande quero ter uma horta como o avô).
Tu conheces este menino? Eu gosto muito dele.
                               tia Domingas

SER MULHER

Quando oiço uma senhora dizer que tem pena de não ter nascido homem,penso sempre que não merece ser mulher. Porque mulher é o ser mais perfeito sobre a Terra . Há lá coisa mais linda que uma mulher!...e olhem que não me estou só a referir a um corpo bonito. Sim,poque uma mulher não é só um par de mamas e uma vagina. Há coisas mais belas: a sensibilidade ,a coragem, a humanidade,o espírito de sacrificio,etc. Sabemos que no Mundo a mulher tem sido sempre relegada para segundo plano, mas já viram com que coragem elas, o dito sexo fraco,têm conseguido ir aos poucos ocupando o seu lugar? É verdade que ainda há muitas partes do Mundo em que as mulheres vivem escravisadas, mas tenhamos fé que com o tempo elas irão também conseguir sair desse buraco. --Somos seres excessionais, porque Deus nos dotou da virtude de podermos dar á luz.E,lembram-se, minhas amigas,como era agradável sentir dentro de nós um ser que começávamos a amar ainda sem o conhecer? e a nossa coragem ao parir? Acham que o Mundo não tinha já acabado,se fossem os homens a dar á luz? E as noites perdidas com os bébes? Só uma mãe consegue ter paciência para sorrir a um bébé,com uma birra sem motivo,ás três da manhã. ---E agora nós, as mais velhas.Será que os nossos maridos têm paciência para aturar as nossas rabugices? Olhem o meu não tem! É um querido,mas é homem... Nós massajamos-lhes as costas e as pernas,cortamos-lhe as unhas dos pés, acalmamos-lhes as birras(como fazíamos aos bébés),damos-lhes um cházinho quente quando estão constipados, e muito mais coisas, e eles que fazem quando nos veêm doentes? perguntam: queres que te faça um chá? tens que ir mas é ao médico! Falta-lhes a tal sensibilidade! mas mais...Deus deu-nos uma outra qualidade, o tal sexto sentido!...É com ele que nós conseguimos fazer-los sentir que são eles que mandam, mas nós vamos mandando neles.Bem antes que eu leve uma tareia quando o meu ler isto é melhor ficar por aqui. VIVAM AS MULHERES e os homens também. Cascais 8-o3-2010

segunda-feira, 12 de março de 2012

AMOR  NA TERCEIRA IDADE

Sentada na areia da praia da Conceição, eu olhava o mar, no seu ondear de vai e vem, e pensava na Carmo e no Zé Manel.
Nem sempre é aos vinte anos que se descobre o amor,são bem certas as palavras que dizem" para o amor não há idade".
Vou contar-vos a história destes dois seres, cheios de ternura, que conheci já ambos passavam dos 80.Embora ainda na casa dos cinquenta, e ainda a trabalhar, comecei a frequentar um centro de dia em Cascais , onde fazia um voluntariado, ajudando-as a fazer meditação e descontrair dos seus problemas..
Gostava, e ainda hoje gosto, de conversar com aquelas pessoas, cheias de sabedoria,que adquiriram com os anos, e muitas vezes com os revezes que a vida nos trás.
São um grupo de pessoas idosas, mas activas, sim, activas porque fazem de tudo, desde teatro amador, pintura em porcelana e tela,arraiolos etc. O que não invalida que depois das seis horas da tarde ( hora a que o centro fecha), estas pessoas não se sintam sózinhas ,pois a maioria delas , são viuvos e viuvas que vivem sós. A solidão é a causa da maior parte das suas doenças.Se observarmos os medicamentos que estas pessoas tomam, decerto vamos encontrar calmantes ou antidepressivos. O Centro de Dia é por isso, uma ajuda preciosa e o sítio onde se fazem grandes amizades. Ali conheci,como já disse,a Carmo (uma jovem de oitenta anos) eo Zé Manel com oitenta e um.Ambos viuvos havia mais de dez anos. Ao vê-los ninguém diria que tinham esta idade.Bem dispostos, magros ,direitos,lucidos, eram queridos por todos os que os conheciam. Nas excursões mensais que a Santa Casa da Misericordia organiza em conjunto com a Camâra, eles eram assíduos. Sempre juntos no mesmo banco do autocarro, no restaurante,na rua, cedo nos apercebemos que havia ali mais do que uma amizade. Brincávamos com eles sobre isso, e talvez fossemos nós, os amigos, que com as nossas brincadeiras, lhes demos coragem para assumirem o que sentiam. Um dia fizeram-nos um comunicado: iam viver juntos! Todos aplaudimos e organizámos uma festinha com troca de alianças e tudo. Eu, juro, chorei emocionada. E agora passados uns cinco anos,vêmo-los, como sempre, juntos e com uma ternura infinita. Que Deus lhes dê muitos anos de saude, alegria e felicidade.

domingo, 11 de março de 2012

Férias sem roupa

Esta história já não tem nada a ver com as outras. Esta é mais moderna.

              FÉRIAS SEM ROUPA
Vou-vos contar uma história que me aconteceu há uns anos, ainda os meus filhos eram pequenos,(hoje são casados e com filhos).
 O meu marido era militar da Guarda-Fiscal. Os Serviços Sociais da guarda tinham casas de veraneio espalhadas pelo País que, perante uma inscrição feita a seu tempo, nos podia calhar uma em qualquer parte onde tivéssemos pedido,nos meses que vão de Junho a Setembro.
Naquele ano, calhou-nos uma casa durante 15 dias  de  Agosto, na povoação de Paredes de Vitória,perto de S. Pedro de Muel.
Eu sou modista e tinha em mão uns trabalhos para acabar até Setembro. Não querendo estragar as férias  de familia, peguei na máquina de costura portátil,e dispus-me a tirar algumas horas ao lazer daqueles dias.
Lá fomos todos felizes,os quatro, montes de bagagem, que todos se prontificaram a levar para o carro.
Eu só me preocupei em verificar se ia a minha máquina de costura.
Uma vez lá chegados,limpei as gavetas da cómoda, forrei com papel e disse prô meu marido:
Onde puseste a mala da roupa?
Qual mala?só há essa bagagem, eu trouxe estes dois sacos.
Fiquei em pânico, meu Deus, não pode ser, não trouxemos a mala onde tinhamos a roupa de vestir.
Num dos sacos havia fatos de banho, toalhas e chinelos.No outro, a almofada com que durmo e não me separo, um fato de treino do meu filho, um casaco de algodão da miuda e outro do meu marido, com que íamos prevenidos para as noites frias.
 E agora? Bem não vamos estragar as férias.
 O dinheiro era pouco, mas à entrada da povoação eu tinha visto uma pequena feira. Pelo menos mais um par de cuecas para cada um e uma camisola, precisávamos.
No dia a seguir fomos passear a Pataias, uma pequena povoação, onde encontrei uma loja com tecido a metro.
Comprei tecido e fiz um vestido fresquinho para mim e outro para a minha filha( abençoada máquina de costura que me tinha acompanhado).
Eles andavam de calções e tronco nu. Foram umas férias maravilhosas.
A partir daí, podem crer, que sempre que viajo, levo o mínimo de roupa. Compreendi que levamos sempre mais doa que precisamos. "Mas nem sempre levo a máquina de costura".