sexta-feira, 25 de junho de 2021

O cá e o lá.

Acabei de ler uma cronica do Lobo Antunes e fiquei a pensar naquilo.

 Porque será que as coisas da nossa infância e juventude ficam gravadas na nossa memória e por mais momentos bons que vívamos na idade adulta, são estes que mais estão, vivos e inteiros, na nossa memória.

Eu vivo em Cascais há 53 anos. Tenho 75.

Vivi mais aqui do que na terra em que nasci. Mas, os hábitos, as pessoas , os cantinhos, os cheiros e os sons, são mais os de Santo Aleixo que eu oiço e sinto.

Sei que me divido , muitas vezes, entre o cá e o lá, mas no prato da balança, pesa mais o lá e as saudades são sempre muitas, sobretudo dos sons e cheiros que me acompanham sempre.

Às vezes penso que já não pertenço por inteiro , nem aqui nem lá. Aqui sou sempre forasteira e lá nem a maioria me conhece ou eu conheço.

Não liguem... isto é a solidão e a nostalgia a falarem.

Pela primeira vez , na minha vida, estou a viver sozinha , e isto requer uma grande aprendizagem em todos os sentidos. Os emocionais e os mais práticos. É difícil! Mas a vida dá-nos exemplos onde vamos buscar forças, e eu tive uma mãe tão corajosa que me deixou exemplos que eu tenho que seguir.

Há muito tempo que não escrevia aqui alguma coisa. Hoje deu-me para isto.

Um beijinho para todos os que chegarem ao fim da minha cronica, e aos que ficarem a meio, também. 

                           Cascais, junho de 2021           Domingas

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